O euro já não faz sonhar

A crise na zona euro arrefeceu o entusiasmo pela moeda única, na maior parte dos países da Europa Central. Hoje, só os Estados bálticos continuam a sonhar com a adoção da moeda única, escreve o Rzeczpospolita.

Publicado em 4 Abril 2011 às 16:31

O Governo húngaro quer que a nova Constituição do país, cuja redação estará concluída em abril, inclua um artigo que especifique o nome da moeda nacional e que esta seja o florim. "O nosso país ainda não está preparado para o euro. Antes de 2020, é mesmo impossível pensar nisso", repete o primeiro-ministro, Viktor Orbán. "É preciso que a Hungria defenda o florim, porque é nessa moeda que o país assina todos os contratos económicos." No entanto, conforme sublinha o Rzeczpospolita, quando aderiram à União Europeia, os países da região comprometeram-se a aceitar o euro no futuro. Até agora, só a Eslovénia (2007), a Eslováquia (2009) e a Estónia (2011) aderiram ao euro. Atualmente, os restantes países da Europa Central e de Leste não cumprem os critérios de Maastricht e não preenchem as condições para a entrada na zona euro. A verdade, porém, é que muitos países não estão empenhados nessa adesão.

"Entre os principais eurocéticos inclui-se o Presidente da República Checa, Vaclav Klaus, que entende que a zona euro mudou muito desde o dia em que a República Checa aderiu à UE. Portanto, o país já não é obrigado a entrar na zona euro. E o Governo checo só tem de tomar posição sobre a moeda única em 2014."

A Polónia também não tem muita pressa de adotar o euro, apesar de o primeiro-ministro, Donald Tusk, ter prometido que a moeda única substituiria o zloty em 2012. Segundo um representante do Ministério das Finanças, isso não deverá acontecer antes de 2015.

Os grandes euro-otimistas são os Estados do Báltico. De acordo com o diário polaco, os lituanos e os letões desejariam entrar na zona euro em 1 de janeiro de 2014.

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"Nos últimos anos, estes países realizaram cortes orçamentais dolorosos, para se aproximarem desse objetivo. Ali, a aceitação da moeda única é vista como uma vantagem política mais do que económica."

As coisas são muito diferentes na Bulgária, onde o entusiasmo inicial esfriou devido à crise na vizinha Grécia.

"O primeiro-ministro, Boïko Borisov, afirma oficialmente que desenvolverá todos os esforços para adotar a moeda única no prazo de três anos. Por seu turno, a Roménia prepara-se para a adesão em 2015."

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