“O plano de austeridade passa no meio de confrontos”, titula La Stampa, um dia depois da votação definitiva, que permitiu a aprovação pelos deputados do pacote de medidas económicas superior a 53 milhões de euros destinado a restabelecer o equilíbrio orçamental do país em 2013, enquanto dezenas de manifestantes protestavam à frente da Câmara. O plano prevê cortes no número de funcionários, subida do IVA e da idade da reforma para as mulheres e uma simplificação dos procedimentos de despedimento, explica o diário de Turim, que divulga as críticas da Confindustria, o patronato italiano, em relação à ausência de medidas para relançar a economia.
Nesse sentido, Silvio Berlusconi tentou fazer aprovar um outro decreto, que visava limitar as escutas telefónicas para, entre outras coisas, se resguardar dos processos pendentes. La Stampa nota a propósito que, para cúmulo da ironia, o chefe de Governo ficou, pouco depois, sob investigação por ter feito escutas ilegais para prejudicar um membro da oposição. “Governar é fazer o que tem de ser feito e não o que apetece fazer”, comenta La Stampa, que pergunta a Berlusconi se não tem vontade de “dar um passo atrás” e ser substituído por um Governo técnico que se mostre à altura dos desafios que esperam a Itália, “depois de 20 anos de cabaré que, muitas vezes, degenerou em mau espetáculo”.