Espaço Schengen

Paris e Berlim deixam Bucareste e Sófia à porta

Publicado em 22 Dezembro 2010 às 15:31

A 21 de dezembro, os ministros do Interior alemão e francês escreveram à Comissão Europeia a pedir que a entrada da Bulgária e da Roménia para o Espaço Schengen seja adiada. Berlim e Paris avançam razões de segurança: a data de março de 2011, que vigorava até agora, é "prematura", a seu ver, e os dois países candidatos à zona de livre circulação deverão ainda fazer "progressos irreversíveis" na luta contra a corrupção e o crime organizado.

Na Bulgária e na Roménia, o veto francoalemão foi recebido com espanto e deceção. Assim, o diário búlgaro Dnevnik titula: "França e Alemanha bloqueiam Schengen à Bulgária". "Desde ontem, ficou claro que a Alemanha também considera que o nosso país não está preparado", nota o jornal, que qualifica a colagem de Berlim à posição francesa como uma "surpresa”. O jornal cita o Ministério dos Negócios Estrangeiros, segundo o qual "devemos redobrar esforços, incluindo no sistema judicial, para dissipar as dúvidas de alguns dos nossos parceiros". E recorda que a entrada no espaço comum tem de ser adotada por unanimidade pelos 27.

O Governo romeno denuncia a atitude como "discriminatória" contra os dois países, enquanto a imprensa, a começar pelo Gândul, se interroga "porque a França e a Alemanha não querem que entremos para Schengen". "Em vez de nos indignarmos perante a recusa de nos deixar entrar, faríamos melhor em interrogarmo-nos porque estes dois países nos deixaram aderir à UE" em 2007, escreve aquele diário de Bucareste, em cuja opinião"a corrupção não era menor na altura e a situação não se resolve de um dia para o outro". Com efeito, observa ainda, "a verdadeira explicação é que os interesses políticos e económicos dos grandes países já não são convergentes com os da Roménia", cuja diplomacia é apontada como a principal responsável por este "revés".

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