“Pode a Europa enfrentar isto?”

Publicado em 2 Julho 2010

É a questão que levanta The American Interest, numa edição consagrada à crise económica, mas também política, social e cultural que atravessa o Velho Continente. “Nos últimos anos, a perceçãopercepção da Europa alterou-se: onde antes havia um atraente modelo pós-nacionalista de paz, de prosperidade, de justiça social e de virtude ecológica, há agora um Continente atolado num projetoprojecto muito maior, mas aparentemente sem objetivoobjectivo e, sem dúvida, muito menos sedutor”, escreve a revista conservadora norte-americana. “A crise financeira e as suas consequências fizeram estalar os problemas e os limites da Europa.” E pode a Europa sair desta situação? The American Interest fez esta pergunta a oito observadores – quatro americanos e quatro europeus. Entre estes últimos, o politólogo búlgaro Ivan Krastev afirma que “a Europa perdeu a confiança em si própria, a sua energia e as suas esperanças de que o próximo século seja o século europeu. Enquanto a América luta contra o seu ‘declinismo’, a Europa decidiu deixar-se ficar. De facto, hoje, a União Europeia não é uma potência em declínio mas, antes, uma ‘potência aposentada’ – sábia, mas inerte, próspera, mas acomodada”. E isto, paradoxalmente, “no momento em que os europeus têm boas razões para acreditarem que têm motivos para criticarem tanto o modelo económico anglo-saxónico como o sonho americano de um mundo unipolar”. Ainda é muito cedo para se pôr a Europa de lado, conclui Krastev, “mas a Europa, como a conhecemos – e não só o quadro da social-democracia, mas também a teoria político-ideológica a ela ligada – já não existe”.

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