Quem acalma as agências de notação?

Se por um lado são rápidos a denunciar o "oligopólio" das agências de notação, por outro, os líderes europeus têm sido até agora incapaz de tomar medidas concretas para combater o seu poder,lamenta o diário português Público.

Publicado em 7 Julho 2011 às 14:40

<!--

/ Font Definitions /

@font-face

{font-family:Arial;

Newsletter em português

panose-1:2 11 6 4 2 2 2 2 2 4;

mso-font-charset:0;

mso-generic-font-family:auto;

mso-font-pitch:variable;

mso-font-signature:3 0 0 0 1 0;}

@font-face

{font-family:Geneva;

panose-1:2 11 5 3 3 4 4 4 2 4;

mso-font-charset:0;

mso-generic-font-family:auto;

mso-font-pitch:variable;

mso-font-signature:3 0 0 0 1 0;}

@font-face

{font-family:Cambria;

panose-1:2 4 5 3 5 4 6 3 2 4;

mso-font-charset:0;

mso-generic-font-family:auto;

mso-font-pitch:variable;

mso-font-signature:3 0 0 0 1 0;}

/ Style Definitions /

p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal

{mso-style-parent:"";

margin:0cm;

margin-bottom:.0001pt;

mso-pagination:widow-orphan;

font-size:12.0pt;

font-family:"Times New Roman";

mso-ascii-font-family:Cambria;

mso-ascii-theme-font:minor-latin;

mso-fareast-font-family:Cambria;

mso-fareast-theme-font:minor-latin;

mso-hansi-font-family:Cambria;

mso-hansi-theme-font:minor-latin;

mso-bidi-font-family:"Times New Roman";

mso-bidi-theme-font:minor-bidi;

mso-fareast-language:EN-US;}

p.Texte, li.Texte, div.Texte

{mso-style-name:Texte;

margin:0cm;

margin-bottom:.0001pt;

line-height:24.0pt;

mso-pagination:widow-orphan;

font-size:12.0pt;

mso-bidi-font-size:10.0pt;

font-family:Arial;

mso-ascii-font-family:Geneva;

mso-fareast-font-family:"Times New Roman";

mso-hansi-font-family:Geneva;

mso-bidi-font-family:Arial;}

@page Section1

{size:612.0pt 792.0pt;

margin:70.85pt 70.85pt 70.85pt 70.85pt;

mso-header-margin:36.0pt;

mso-footer-margin:36.0pt;

mso-paper-source:0;}

div.Section1

{page:Section1;}

-->

Um coro de responsáveis políticos da União Europeia e não só veio ontem, 6 de julho, a público clamar contra o "oligopólio" (a palavra é do ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schauble) das agências de rating. Tendo a revisão para o nível do "lixo" da dívida de Portugal como pano de fundo, a incompreensão, o protesto e a crítica juntaram-se à promessa de Schauble de que a UE "está a fazer esforços" para acabar com o poder devastador das agências na zona euro.

A promessa seria boa se não fosse gasta. Desde 2008 que os líderes europeus se multiplicam em ameaças contra a insensatez das agências, sem que alguma medida concreta tenha sido tomada para travar os seus danos. Enquanto os Estados Unidos alteraram a sua regulação da banca para lhes retirar o poder e a China, simplesmente, criou uma agência nacional, na Europa nunca se foi além das palavras, o que reforçou a sensação de vazio de ideias e de poder que existe em Bruxelas, Paris ou Berlim.

Face a este vazio, é normal que as agências se ponham em bicos de pés e explorem até ao limite a vulnerabilidade do euro. O que está em causa não são apenas as duras dificuldades de Portugal (para não falar da Grécia) para pagar as dívidas; agora, pressente-se nas suas acções uma atitude necrófila que as faz pairar sobre a frágil moeda única. Incapaz de lhes fazer frente, dando ao mundo uma prova diária da sua desorientação, a Europa reage quando fica encostada às cordas.

E vendo quem lhes prometeu luta e admite perdas para os privados na reestruturação da dívida grega assim tão frágil, as agências fazem o óbvio: aumentam a pressão e alargam o ataque. Quando a política sucumbe à força organizada do capital financeiro, pouco mais há a esperar.

Contraponto

Não disparem sobre as agências

"A reação indignada dos políticos em relação ao corte da notação de Portugal pela Moody não é uma surpresa", declara o Financial Times Deutschland. "Todos os meios são bons para desviar a atenção do público e evitar encarar as nossas próprias fraquezas. Sejamos claros: a Europa está com os nervos em franja." "Mesmo Angela Merkel veio meter o bedelho", preferindo confiar "na Comissão Europeia, no Banco Central Europeu e no FMI. Por outras palavras: parem de levar as agências de notação tão a sério. Levanta-se aqui uma dúvida: os políticos não estarão a disparar sobre o mensageiro?" "Ainda não há muito tempo, não criticavam as agências por não terem conseguido detetar – ou fazê-lo tarde de mais – falências como a do Lehman Brothers?", interroga o diário económico. "Depois de se terem deixado adormecer, agora revelam precipitação. Não é melhor. Uma coisa é certa, em qualquer caso: até agora, todos os seus abaixamentos [nas notações] provaram estar certos." Para o FT Deutschland, "os apelos de Angela Merkel à emancipação da Europa em relação às agências de notação podem levar-nos por um caminho perigoso: fala-se muito sobre conflitos de interesses das agências de notação em que o emissor da dívida é também quem paga para avaliar o seu próprio nível de solvência. Mas ninguém fala sobre conflitos de interesses das instituições em que Angela Merkel deposita total confiança. A União Europeia e o FMI adiantaram centenas de milhares de milhões de euros – evidentemente cobertos por vários interesses nacionais – só à Grécia. Eis uma atitude que não prefigura exatamente uma visão imparcial sobre a solvência dos Estados ou a urgência de um plano de austeridade ".

Tags

É uma organização jornalística, uma empresa, uma associação ou uma fundação? Consulte os nossos serviços editoriais e de tradução por medida.

Apoie o jornalismo europeu independente.

A democracia europeia precisa de meios de comunicação social independentes. O Voxeurop precisa de si. Junte-se à nossa comunidade!

Sobre o mesmo tópico