Quotas para o “esquecimento”?

Publicado em 7 Agosto 2013 às 13:01

A iniciativa lançada por Viviane Reding, comissária europeia para a Justiça, Direitos Fundamentais e Cidadania, com vista a instaurar um sistema de quotas para as mulheres nas grandes empresas da UE, “está num impasse” e arrisca-se “a ficar esquecida”, refere La Vanguardia, devido à falta de entendimento entre os Estados-membros.

Este projeto fixa em 40% os cargos destinados a mulheres nos conselhos de administração das empresas europeias — contra os atuais 13,7%. Mas um relatório apresentado pela Irlanda no final da presidência da UE, em junho, refere “ter sido impossível definir uma posição comum entre os governos sobre este assunto”, explicao diário.
Segundo La Vanguardia,

os países que se opõem à diretiva, encabeçados pela Alemanha e pelo Reino Unido, aliaram-se e formaram uma minoria de bloqueio inamovível no seio do Conselho Europeu. O grupo de detratores da proposta também é heterogéneo. Inclui a Dinamarca e a Suécia, dois países com os melhores resultados em termos de igualdade de género sem terem adotado quotas, mas também a Holanda, a Estónia, a Hungria, a Letónia e a República Checa.

Cabe agora à presidência lituana da UE relançar o assunto. Algimanta Pabedinskienė, ministra dos Assuntos Sociais da Lituânia, afirmou ser esta uma das suas prioridades. Uma posição não partilhada pela presidente do seu país, Dalia Grybauskaitė, nota La Vanguardia, visto “não estar de acordo nem com a ideia das quotas, nem com a proposta de Viviane Reding”.

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Embora a Comissária “não considere esta batalha perdida”, por “ter Paris do seu lado e não ter perdido a esperança de que Berlim altere a sua posição depois das eleições” de setembro, o diário antevê um “duelo político” entre duas mulheres “conhecidas pela sua natureza combativa”, que “aspiram a ocupar funções de responsabilidade no seio da UE a partir do próximo ano”.

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