Reino Unido recua no envio de armas para os rebeldes sírios

Publicado em 22 Julho 2013 às 13:06

A 21 de julho, numa entrevista à BBC, o primeiro-ministro britânico David Cameron “mostrou o quanto fez marcha atrás quanto ao seu anterior apelo à ação”, escreve a correspondente de assuntos internacionais da BBC, Emily Buchanan, depois do chefe do Governo ter afirmado que já não concorda com o envio de armas para os rebeldes que combatem o Presidente sírio Bashar al-Assad.

Depois de ter pedido ao Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para fazer da guerra na Síria uma prioridade e mais tarde ter pedido à UE para rever o embargo de armas para os rebeldes sírios, o entusiasmo do primeiro-ministro face a uma intervenção diminuiu à medida que se foi tornando cada vez mais claro o envolvimento de extremistas nas forças rebeldes, acrescenta a jornalista.

Parece muito pouco provável que a autorização para armar os rebeldes pudesse agora ser aprovada pelo parlamento, numa altura em que dezenas de deputados conservadores se opõem a ela. No entanto, o primeiro-ministro ainda quer fornecer armas aos moderados, embora esteja longe de ser claro o modo de o fazer. Cameron classificou o conflito como um impasse. A Rússia continua a apoiar o Presidente Assad e essa também parece ser a política ocidental.

Na Alemanha, o Frankfurter Allgemeine Zeitung lamenta “um volte-face de cortar a respiração”. O diário lembra que desde há vários meses que o primeiro-ministro britânico “jogou em todos os tabuleiros da arte diplomática” para levantar o embargo europeu sobre o envio de armas para os rebeldes sírios. “Podemos interpretar este caso como uma falta de reflexão por parte de Cameron” mas, na realidade, revela apenas que na Europa o consenso político dentro da UE está bloqueado, escreve o FAZ:

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Sem hesitação, o Governo britânico destruiu o consenso europeu sobre a política síria, o que não é o mais adequado. Desde há vários anos, sempre que se discute o porquê da política externa e de defesa da União não funcionar, apontam-se sempre dois culpados: Catherine Ashton e a Alemanha. [...] Mas é também a exigência de dois outros grandes países europeus que contribui para a miséria diplomática de Bruxelas. O Reino Unido e a França gostam de exigir uma poderosa voz coletiva para a Europa, mas para eles isso quer dizer que os outros 26 países têm de seguir os seus interesses.

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