“Credores gregos estabelecem limite aos prejuízos”, é a manchete do Financial Times, depois de as negociações entre a Grécia e o Instituto da Finança Internacional (IIF), o grupo de pressão representante de credores privados que emprestaram dinheiro ao governo grego, terem caído num impasse às primeiras horas do dia 21 de janeiro. Segundo o diário londrino —
...domingo à noite o ambiente em Atenas era pesado, quando se percebeu que seria impossível conseguir um acordo em relação a um corte de 100 mil milhões de euros da dívida grega, preliminar à reunião de segunda-feira dos ministros das Finanças da zona euro em Bruxelas ... Charles Dallara [diretor do IIF] afirmou que a posição do IFI apresentada às autoridades gregas sexta-feira à noite – diz-se que inclui uma perda de 65 a 70% no valor a longo prazo dos atuais títulos gregos – foi o máximo a que a sua instituição conseguiu chegar.
Tudo indica que a dificuldade sentida nas conversações, que pretendem evitar o total incumprimento grego no momento em que for preciso pagar os 14,4 milhões de euros da dívida que vence a 20 de março, se prende com o prazo de vencimento das novas obrigações e com a taxa de juro que a Grécia irá pagar.
De acordo com o diário ateniense To Ethnos “o suspense continua”:
… de certeza que o objetivo é reduzir a dívida de 100 mil milhões de euros mas, de qualquer maneira, é preciso evitar a falência da Grécia e, atendendo à perspetiva de crescimento negativo, adotar novas medidas de austeridade.
Entretanto, o Financial Times refere que —
a economia grega se encontra em queda livre ao regredir mais de 6 pontos percentuais em relação à previsão oficial do ano anterior, situada entre os 3,8 e os 4,5%.