Público
“A Europa revolta-se (finalmente) contra as agências de notação”, titula o diário espanhol Público. “É preciso por fim ao oligopólio exercido pelas três agências norte-americanas à volta das quais existe uma rede de interesses que levanta legítimas dúvidas sobre a objetividade das suas opiniões”. “Uma reação de indignação generalizada”, considera o editorialista do jornal espanhol que explica que “o presidente da Comissão Europeia, o ministro alemão das Finanças, o Parlamento Europeu e os patrões espanhóis e portugueses reagiram de forma inaudita contra as agências de notação e exigiram a criação de uma agência de notação europeia”. Mas “não basta criar agências alternativas, por muito europeias e honestas que possam ser, se não for feito nenhum avanço em direção à união política da Europa e se não for realizada uma reflexão de fundo sobre o modelo económico mais adequado”, conclui o diário.
I
“O governo e Cavaco estão unidos. Contra as agências de notação marchar, marchar”, titula o jornal i. O diário lisboeta sublinha a rapidez com que o governo e o Presidente, bem como políticos, banqueiros e homens de negócios condenaram unanimemente a descida de classificação do país pela agência de notação Moody’s.
Gazeta Wyborcza
“Moody’s semeia o terror”, titula o Gazeta Wyborcza, que teme que “Portugal não seja capaz de reduzir o seu deficit orçamental” e que venha a precisar, tal como a Grécia, “de uma nova ajuda financeira” do FMI e da UE. O diário de Varsóvia cita um especialista segundo o qual as agências de notação dificultam as operações de resgate na zona euro baixando a classificação dos países endividados sempre “no pior momento para os mercados”. Por isso, é urgente por em marcha uma agência de notação internacional sob a alçada da UE. Caso contrário, “seremos obrigados a continuar a acreditar em instituições que muitas vezes nos alertaram contra a crise e que, depois desta explodir, só têm piorado ainda mais a situação”, conclui o diário.