“A maioria dos países da UE rejeitou os refugiados”: foi assim que o Dagens Nyheter resumiu a política dos Estados-membros relativamente aos pedidos de asilo. Dez países acolheram cerca de 90% dos 100 mil requerentes de asilo que batem todos os anos às portas da UE, observa o diário sueco. O que significa que os outros 17 países deveriam esforçar-se mais e que estamos muito longe da harmonização da política de asilo prevista para 2012, decidida pela Comissão, afirma ao jornal a Comissária europeia para os Assuntos Internos, Cecilia Malmström.
Segundo um perito citado pelo jornal, a crise económica faz com que esta harmonização seja ainda mais difícil: alguns países que têm uma política muito “aberta” temem ser obrigados a receber ainda mais pedidos, enquanto outros, como a Grécia, recusaram simplesmente acolher novos requerentes de asilo. Noutros países ainda, como a Finlândia ou a Holanda, é a influência dos partidos da direita populista que faz diminuir o número de pedidos de asilo aceites.
A Comissária aponta o dedo à Grécia, por onde 80 mil pessoas entraram na UE nestes últimos dois anos e onde “as condições de acolhimento estão abaixo do que é humanamente aceitável”. Uma longa reportagem sobre o centro de acolhimento dos imigrantes de Tychero, perto da fronteira com a Turquia, confirma a sua afirmação.
Para tentar repartir melhor a carga de acolhimento dos requerentes de asilo, Cecilia Malmström propõe entre outras coisas ajudar pontualmente os países mais solicitados. As suas propostas deverão ser discutidas, no dia 13 de dezembro, no conselho de ministros da UE.