"As perspetivas de futuro no Mediterrâneo são muito sombrias", constata La Vanguardia, citando as conclusões de um relatório da Comissão Europeia elaborado pelo Instituto Europeu do Mediterrâneo (IEMed), com sede em Barcelona. Dois anos após a criação da União para o Mediterrâneo, os obstáculos continuam a ser numerosos para esta organização, que agrupa 43 Estados da UE e da periferia mediterrânica, e cuja sede fica igualmente na capital catalã.
“Está tudo por fazer”, salienta o diário, elaborando a lista dos problemas em suspenso: o conflito israelo-árabe, a escassez de água e os desequilíbrios demográficos nas duas margens do mar. E como "efeito de dominó desta lógica", o relatório do IEMed prevê um "aumento dos conflitos étnicos e religiosos nos principais países da UE".
O diretor do IEMed, Senén Florensa, sublinha que "os Estados árabes não têm feito nada" para adiantar o seu processo de integração regional e "nenhum Estado" da margem Sul "aspira a tornar-se democrático a curto prazo". As soluções passam por lutar pela promoção da democracia e do pluralismo, favorecer o acesso à água e à educação e resolver os conflitos. No entanto, "não há indícios claros de que os parceiros da UPM disponham da vontade política e dos recursos para proceder em conformidade", conclui La Vanguardia.