O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, anunciou numa visita a Tusnad (Roménia), o seu sonho de um Estado “iliberal”. O neologismo suscita inquietação. Numa revista de imprensa publicada no seu site, o Courrier International, relata as inquietações do EUobserver: "o líder húngaro Viktor Orbán quer construir um Estado “iliberal” assente em alicerces nacionais, citando a Rússia e a China como exemplos a seguir”.
Convidado pela Universidade de verão de Tusnad, o primeiro-ministro húngaro expôs perante uma multidão “entusiasta”, segundo o site romeno de informações Gândul, o seu sonho político de criar um novo tipo de Estado. “Tendo em conta que o liberalismo nunca conseguiu servir o ideal nacional nem incentivar os húngaros a preservar a sua riqueza e os seus ideais, está na hora de dizer a verdade.”
A imprensa húngara, por sua vez, está dividida. Enquanto o filósofo conservador Péter Béndek se interroga no seu blogue "por que é que Orbán mente a este ponto sobre o liberalismo?", utilizando a Rússia como exemplo, o diário Magyar Hírlap, próximo do partido do primeiro-ministro, escreve que "não há nada de surpreendente nas declarações de Orbán e não constituem qualquer ameaça”. Ao evocar uma democracia não liberal, Orbán “fala com parcimónia, uma vez que a democracia liberal não passa de uma ditadura livre disfarçada. Uma construção global criada para impor uma ditadura local”.
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