Bielorrússia

A crise ucraniana coloca novamente Minsk em jogo

Publicado em 2 Outubro 2014 às 08:34

“Se há um país que tirou partido da crise ucraniana, foi a Bielorrússia”, escreve o Nezavissimaïa Gazeta, que realça que Minsk abandonou recentemente o seu estatuto de pária internacional e que o seu presidente, Alexandre Lukachenko, já não é considerado pelos seus homólogos como o inaceitável “último ditador da Europa”. Mas o diário russo considera que o papel da Bielorrússia nas negociações para a resolução do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, que permitiu mudar a forma como “este Estado dirigido pelo ‘último ditador europeu’ é visto e ganhar uma certa visibilidade na cena política europeia, “foi só um começo”.
Para o Nezavissimaïa Gazeta, Lukachenko, que o jornal descreve como sendo politicamente hábil, na medida em que a sua “estratégia de intermediário entre o Ocidente e a Rússia tem sido até à data bastante lucrativa”,

vai poder tirar partido de Moscovo, que não quer perder o seu parceiro, e do Ocidente, que não quer uma Rússia mais forte e muito menos o desenvolvimento da união aduaneira [com a Rússia e o Cazaquistão].
Além disso,
este também poderá tentar transformar Minsk numa “plataforma mundial” para as relações entre a Rússia e o Ocidente […]. Ou ainda num mercado de ações da UE e da união aduaneira, tendo ainda em conta que os europeus já estão a pensar criar uma zona de comércio livre com a Bielorrússia. Um projeto desta dimensão, que poderia propulsar a Bielorrússia para o primeiro plano da cena europeia, melhorar a sua imagem e estimular consideravelmente a sua economia, não pode deixar de interessar a Alexandre Grigorievitch Lukachenko, que previu sempre um destino fora do comum para o seu país.

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