Foto : Raul Tejero / Flickr

As tecnologias ao serviço de uma moda mais ética

Em 2030, poderemos usar fatos que se adaptem à temperatura ambiente, prevenindo constipações e respeitando a pele e o bem-estar. A revolução está já em curso...

Publicado em 6 Novembro 2009 às 16:06
Foto : Raul Tejero / Flickr

Os estilistas são meteorologistas que antecipam aquilo de que as pessoas vão ter necessidade, propondo-lhes vestuário para se protegerem ou simplesmente se divertirem. É isso que torna o mundo da moda tão fascinante”, escreve Terry Jones, director criativo e chefe de Redacção da revista i-D, no prefácio do livro Fashion Now.

Nas principais capitais europeias, o Outono é a época das “fashion weeks”, as semanas da moda. Os grandes criadores ditam aí as novas tendências para a estação seguinte no resto do mundo. E com a pressão do aquecimento climático, a palavra “estação” toma novo significado. A degradação do ambiente e os invernos mais suaves são fenómenos identificados e perceptíveis no quotidiano. Os criadores contemporâneos têm isso em conta?

Marie Schlumberger é a fundadora da marca francesa “Un été en automne” [Um Verão no Outono]. Aperfeiçoou a sua arte com Sonia Rykiel e Yves Saint-Laurent. Na sua opinião, “as alterações climáticas começam a fazer-se sentir, mas o desaparecimento das estações não está para breve.” A sua “casa” inscreve-se, no entanto, na tendência “bioética”, uma atitude cada vez mais divulgada no meio da moda. Para Marie, é importante colaborar com uma empresa indiana que produz algodão biológico e que respeita dos direitos humanos no trabalho e a igualdade de salários entre homens e mulheres. Em Outubro, a sua marca esteve representada no Ethical Fashion Show (a Feira da Moda Ética) de Paris.

Na Europa, como por todo o mundo, os fabricantes de roupas ecológicas e éticas crescem como cogumelos. Às vezes, são novos estilistas, mas o empenho de certas marcas neste domínio data de há muito tempo. É o caso da Continental Clothing, uma empresa britânica que pondera a sua responsabilidade social e ambiental desde 1994. Esta marca propõe fatos “positivos para a Terra” e integra logótipos como o da “Environmental justice foundation” em todas as fotografias incluídas no seu site de Internet. E todos querem conhecê-los: quer proteger a natureza na Irlanda, na França ou na Polónia? Então as etiquetas Edun – fundada por Ali Hewson e Bono –, Jeans Nu e The Earth Collection são para si.

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Mas atenção à etnomoda, esse fenómeno descrito com ironia por Martine Moriconi e Catherine George-Hoyau, autoras do Dictionnaire de la mode contemporaine [Dicionário da moda contemporânea]: “Três estilistas passam férias no Senegal, no Japão e no Nepal...” e eis que novas inspirações do outro lado do mundo descem sobre a Europa. “Esta tendência tornar-se-á sustentável quando os consumidores souberem distinguir os produtos realmente verdes e responsáveis, dos outros produtos”, considera Juan Hinestroza, professor e assistente do departamento de Fiber Science and Apparel Design da Universidade Cornell, nos Estados Unidos.

Aniela

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