A decisão das autoridades brasileiras de não extraditarem o terrorista italiano Cesare Battisti, provoca indignação em Itália, a começar pelo Presidente da República, Giorgio Napolitano, como traz o La Repubblica em título. Napolitano acusa Brasília de violar os acordos internacionais, ao libertar Battisti, condenado a prisão perpétua em Itália, por quatro assassínios cometidos durante os "anos de chumbo" (acusações que Battisti rejeita).
Quanto ao Governo, anunciou que vai interpor recurso da decisão do Brasil para o Tribunal Internacional de Justiça da Haia. "Os brasileiros pensam ter tomado uma atitude de esquerda", comenta o diário romano: "Acreditam que salvaram um Garibladi ou um Che, um herói da liberdade. Na verdade, Battisti dava ao gatilho como um assassino comum", e a sua libertação "é uma atitude dececionante para a memória das vítimas e a história do nosso país".
O diário consagra igualmente o principal título de capa aos referendos que vão realizar-se nos dias 12 e 13 de junho, sobre a revogação da lei que reintroduz a energia nuclear, a privatização da água e o "impedimento legítimo" dos mais altos cargos do Estado (incluindo o chefe do Governo) de assistir aos processos que se lhes referem. Enquanto Silvio Berlusconi faz campanha pela abstenção, o La Repubblica sublinha que o "efeito Fukuxima" pode assegurar uma taxa de participação suficiente para validar o voto. Uma vitória do Sim, salienta o L' Espresso, marcaria "o fim do ciclo do berlusconismo".