Grã-Bretanha lambe as feridas

Publicado em 11 Agosto 2011 às 11:56

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"A nossa sociedade doente", destaca o The Daily Telegraph em título, na sequência dos distúrbios na capital britânica e por todo o país. Ao mesmo tempo que o primeiro-ministro condenava "a doença" em alguns setores da sociedade britânica, revela o diário de direita, a polícia e os tribunais processavam cerca de 800 pessoas detidas durante os tumultos. Entre elas, contam-se um professor do ensino primário, estudantes, uma menina da primária e um menino de 11 anos, cujo aspeto deixou o juiz “perplexo”: “Não posso deter pessoas com menos de 12 anos”.

Entretanto, em Birmingham, o pai de um homem morto durante os distúrbios, ao defender os seus haveres, apelou à calma. "Negros, asiáticos, brancos – pertencemos todos à mesma comunidade", disse Tariq Jahan ao Telegraph. "Porque havemos de matar-nos uns aos outros? Prossigam, se querem perder os vossos filhos. Caso contrário, voltem para casa."

Os participantes nos distúrbios "não são manifestantes", discorre o editorial do jornal, "são saqueadores, vândalos e ladrões." As lições sociais podem esperar: agora precisamos de "restaurar a ordem nas ruas". Mas isso é o que os turcos, polacos, curdos e sikhs que resistiram aos assaltantes na Grã-Bretanha têm vindo a fazer, salienta um comentador. Os imigrantes da Grã-Bretanha "têm-se revelado não apenas tão cumpridores da lei como os anglo-saxões, mas muito mais intervenientes."

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