América fala da Europa

No centro da "eurodesordem"

Publicado em 17 Janeiro 2011 às 12:04

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"A Europa pode ser salva?" É este o título de uma série de artigos que a revista de domingo do New York Times dedica aos problemas económicos da Europa e que começa com um artigo de Paul Krugman. "Há qualquer coisa de estranhamente apropriado no facto de a atual crise europeia ter começado na Grécia", escreve o prémio Nobel da Economia. "Porque as desgraças da Europa têm todas as características de uma tragédia grega clássica, na qual um homem de caráter nobre é arruinado pela fraqueza fatal do orgulho desmesurado." No caso da Europa, explica Krugman, esse orgulho residiu na criação do euro, "considerado como o momento supremo de uma missão grandiosa e nobre: o esforço de várias gerações para trazer a paz, a democracia e uma prosperidade partilhada a um continente em tempos frequentemente flagelado pela guerra. Mas, enredados na amplitude e na fantasia do seu projeto, os arquitetos do euro preferiram ignorar as banais dificuldades com que a partilha de uma moeda iria inevitavelmente deparar – ignorar os avisos, formulados logo no início, de que a Europa não dispunha das instituições necessárias para tornar viável uma moeda única. Em vez disso, embrenharam-se no pensamento mágico, agindo como se a nobreza da sua missão estivesse acima de tais preocupações”.

O chefe da delegação em Paris, Steven Erlanger, faz a apresentação do "estranho casal" que se encontra no centro daquilo a que Krugman chama a "eurodesordem": a chanceler alemã Angela Merkel e o Presidente francês, Nicolas Sarkozy. "Em privado, ela faz troça da maneira como ele anda e fala, dos seus gestos bruscos e dos seus trejeitos faciais. Ele zomba da sua ponderação, da sua prudência de matrona… Os dois são a melhor esperança que a Europa tem de manter a unidade. Mas não gostam nada um do outro.” Porém, para a UE poder funcionar, "Sarkozy e Merkel têm de se entender".

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