Pela proibição do qat

Publicado em 11 Janeiro 2012 às 13:06

O Governo holandês decidiu proibir o qat, no seguimento da publicação de um estudo sobre o consumo desta substância pelos imigrantes somalis. Segundo o estudo realizado, mascar qat — uma planta cujas folhas têm efeitos semelhantes aos das anfetaminas — ”faz mal à saúde e causa problemas sociais”.

A imprensa holandesa reagiu com estupefação à notícia. O Trouw, por exemplo, titula, “Danos quase inexistentes, mas proibição garantida”, ao passo que De Volkskrant adianta que “dos 27 mil somalis a viver na Holanda, só 10% estão viciados em qat”.

O diário estima, para além disso, que o Governo falha o seu objetivo ao proibir um estimulante e ao classificá-lo no grupo das drogas duras: “Medidas específicas seriam, provavelmente, mais eficazes que uma proibição geral”, considera o mesmo jornal, acrescentando que, para além disso, esta proibição arrisca-se a estimular o mercado negro.

O NRC Handelsblad acrescenta que, “na Europa, a importação de qat só é permitida no Reino Unido e na Holanda. [O aeroporto de] Schiphol e a comunidade vizinha de Uithoorn também puderam florescer como mercado europeu”. Segundo este jornal, “a desconfiança em relação à Somália enquanto parceiro comercial” também pesou na decisão governamental. Estima-se que, de facto, “as receitas do comércio sejam utilizadas em atividades terroristas” no Corno de África.

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