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Um parque eólico da EDP em Cadafaz, norte de Portugal.

Portugal é exemplo nas renováveis

Através de uma aposta pioneira, Portugal reduziu drasticamente a sua dependência em relação aos combustíveis fósseis. Este ano, cerca de metade da sua eletricidade virá de fontes renováveis.

Publicado em 20 Agosto 2010 às 14:53
A. Oliveira/EDP  | Um parque eólico da EDP em Cadafaz, norte de Portugal.

Há cinco anos, os líderes deste país queimado pelo Sol e batido pelo vento fizeram a aposta: para reduzir a dependência de Portugal dos combustíveis fósseis importados, embarcaram numa série de projetos ambiciosos de energias renováveis - explorando principalmente os recursos eólicos e hidroelétricos, mas também a luz do Sol e as ondas do oceano. Hoje, os bares da moda de Lisboa, as fábricas do Porto e os "resorts" luxuosos do Algarve são alimentados, de forma substancial, por energias limpas. Aproximadamente 45% da rede elétrica de Portugal virá de fontes renováveis este ano, contra os 17% de há cinco anos.

A energia eólica de base terrestre - considerada este "potencialmente competitiva" em relação aos combustíveis fósseis pela Agência Internacional da Energia, em Paris - expandiu-se sete vezes no mesmo período de tempo. E Portugal espera tornar-se, em 2011, no primeiro país a inaugurar uma rede nacional de postos de carregamento para automóveis elétricos. "Vi os sorrisos: é um bom sonho. Não é competitivo. É demasiado caro", diz o primeiro-ministro, José Sócrates, recordando como Silvio Berlusconi, o primeiro-ministro italiano, ofereceu-se, a brincar, para lhe construir um Ferrari elétrico. Sócrates acrescenta: "A experiência de Portugal mostra que é possível fazer estas mudanças num curto espaço de tempo".

O derrame de petróleo no Golfo do México renovou as questões acerca dos riscos e custos imprevisíveis da continuada dependência dos Estados Unidos nos combustíveis fósseis. O Presidente Barack Obama agarrou a oportunidade de promover o seu objetivo de ter 20 a 25% da eletricidade americana produzida a partir de fontes renováveis em 2025. Embora a experiência de Portugal mostre que o progresso rápido é alcançável, demonstra também o preço de tal transição. Os lares portugueses há muito que pagam o dobro do que os americanos pela eletricidade e os preços subiram 15% nos últimos cinco anos, provavelmente por causa do programa de energias renováveis, afirma a Agência Internacional de Energia. […] Leia a tradução integral do artigo no sítio do jornal i

Espanha/Alemanha

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Energia solar, vítima do seu próprio êxito

Até à crise de 2008, "os governos ajudaram as empresas investidoras em energias renováveis à força de subsídios", escreve o Il Post. Atualmente, explica o diário digital italiano, "a crise e os elevados preços da energia levam os países a reduzir estes subsídios, pondo consequentemente em dificuldades os que investiram no setor. E ameaçando os planos da União Europeia, segundo os quais 20% da energia produzida em 2020 deverá ser de origem renovável, a fim de respeitar o objetivo de redução dos gases com efeito de estufa em 20% dos valores de 1990". Em Espanha, salienta o The Wall Street Journal, o Governo anunciou para 1 de agosto um plano de redução de 45% nos apoios para novas centrais fotovoltaicas. Na Alemanha, prossegue o diário norte-americano, perante o surto de instalações solares subvencionadas – com os inerentes custos para o Estado – "o Governo decidiu, em julho, reduzir 16% nos subsídios".

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