Postura negativa de Atenas face aos céticos

Publicado em 25 Julho 2012

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Entre o Governo e a troika, as negociações sobre um eventual abrandamento das condições da ajuda financeira decorrem “em ambiente pesado”, constata o Kathimerini. A chegada a Atenas dos representantes da Comissão Europeia, do FMi e do BCE foi antecedida de rumores sobre uma nova reestruturação da dívida, ou a saída do país da zona euro. Neste contexto, comenta o diário, a visita de Durão Barroso, a primeira desde 2009, é “vista como um gesto de apoio” ao primeiro-ministro Antonis Samaras. Mesmo que o presidente da Comissão “tenha de fazer pressão para que a Grécia assuma os seus compromissos”.

A troika procura definir se o objetivo de reduzir o défice (3500 milhões de euros em 2012 e 11 500 milhões em 2013) pode ser atingido sem novas medidas de austeridade, explica o Kathimerini. O Executivo assegura que sim, mesmo quando se prevê que a economia registe uma recessão de 6,2% este ano e de 0,9% em 2013. A situação é realmente difícil. Nesse sentido, lamenta o diário,

não há nada mais exasperante do que as pessoas convencidas de que sabem tudo dizerem que os esforços da Grécia no combate à crise da dívida não adiantam de nada, mas não proporem uma alternativa. [...] O problema é que nos falta uma consciência nacional para contrariar estes profetas da desgraça. É verdade que é difícil resistir a uma retórica estimulante como a dos economistas que tentam esconder o buraco. É o principal desafio do Governo: convencer os céticos e um povo torturado a aguentar e a ter fé na existência de uma saída.

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