Razões para o falhanço da UE no G20

Na cimeira das principais economias mundiais, que se realiza nos dias 26 e 27 de junho, em Toronto, a França e a Alemanha querem ser os portadores das propostas europeias sobre a regulamentação dos bancos. Mas ao ameaçarem caminhar sozinhos, arriscam-se ao isolamento, demonstra o Público em quatro pontos.

Publicado em 25 Junho 2010 às 15:28

1 - A China percebeu que deveria dar sinais de boa vontade em relação à sua moeda antes da reunião do G20 em Toronto, no final desta semana. É o resultado da pressão dos Estados Unidos e é também o resultado do seu próprio interesse. Com a economia a aquecer perigosamente e com as greves e os protestos nas fábricas a transformarem-se em notícia quotidiana, a China sabe que tem de deixar crescer mais o consumo interno e apoiar-se um pouco menos nas exportações. Ao deixar a sua moeda flutuar, ainda que entre margens estreitas, beneficia-se a si própria, beneficia a economia mundial e faz uma excelente operação de “market” para o G20. O mesmo não parece ser a intenção da Europa, que, curiosamente, parece que não aprendeu nada com o fracasso de Copenhaga, a sua maior humilhação internacional e a prova mais evidente de que se arrisca a pesar cada vez menos à mesa dos grandes atores globais. Escrevia recentemente o Monde que as medidas propostas pela chanceler alemã e pelo Presidente francês para o G20 não passam de mero populismo. A crítica é dura, parece injusta, mas, vendo bem as coisas, é bastante verdadeira. Leia a versão integral do artigo no Público.

UE/Estados Unidos

Austeridade versus crescimento

"A Europa e os Estados Unidos chocam-se em relação ao défice na véspera do G-20", resume El País em título: enquanto Washington considera que a prioridade deve ser a reativação do crescimento, Bruxelas – "dominada pela Alemanha” – insiste no rigor orçamental. Agora que a hipótese de uma crise entre a China e as economias ocidentais "foi afastada na sequência da decisão de Pequim de flexibilizar a taxa de câmbio do yuan, os Estados Unidos e a Europa tornaram públicas as diferenças dos seus pontos de vista". Em Bruxelas, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e o do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, pedem uma redução dos défices públicos para antes de 2011; em Washington, Barack Obama afastou para 2015 o seu objetivo de reduzir 3% no défice, "uma vez que o crescimento será sólido". No entanto, de acordo com o Financial Times, a oposição entre crescimento e austeridade é um falso debate: "geralmente, os países industrializados têm necessidade de jogar ao mesmo tempo com ajustamentos fiscais e a estimulação do crescimento a médio prazo", considera.

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