Revolta para salvar a siderugia

Publicado em 14 Outubro 2011 às 11:35

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Após o anúncio do encerramento definitivo dos dois altos-fornos de Liège, em 12 de outubro, pelo número 1 mundial do aço, a Arcelor-Mittal, esta empresa tornou-se "o detonador do descontentamento social", diz o título do Le Soir. O encerramento irá pôr diretamente em causa cerca de 600 postos de trabalho, entre as 3 000 pessoas que trabalham para a Arcelor-Mittal em Liège, um dos berços da siderurgia europeia. Os sindicatos belgas mobilizaram-se para denunciar "os métodos de banditismo" do grupo, que, este ano, deverá arrecadar mais de 3 mil milhões de euros de lucros. A seguir aocaso Dexia, o encerramento de Liège constitui "um duro regresso à realidade", salienta a editorialista do Soir, Béatrice Delvaux: "Esta Bélgica isolada do mundo vivia como se os nossos únicos problemas fossem o estatuto de um círculo eleitoral [o de Bruxelles-Hal-Vilvorde] e a maneira de os flamengos se protegerem da coabitação com os francófonos. (…) Com [o caso] Dexia, somos vítimas de um capitalismo financeiro imoral que viveu de bolhas, de mentiras e fingimentos e que, de repente, perdeu o sangue-frio. Com a Arcelor, somos afetados pela mudança brusca dos pólos de crescimento mundiais: um grupo indiano, capitalista à nossa maneira, decide riscar-nos do mapa dos seus estabelecimentos. Um país em pleno boom causa uma crise num país em ‘decadência’."

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