Os funcionários da Mytilineos Holdings SA, uma fábrica de fundição de alumínio percorrem as instalações em Agios Nikolaos, Viotia, no centro da Grécia, em fevereiro de 2012.

Sem margem para errar

Na madrugada de 20 para 21 de fevereiro, o Eurogrupo adotou finalmente um segundo plano de resgate, de 130 mil milhões de euros, ao qual se junta o perdão de uma dívida de 107 mil milhões. Mas sem um verdadeiro plano de desenvolvimento económico, este montante não será suficiente para restabelecer o país, prevê o diário grego To Ethnos.

Publicado em 21 Fevereiro 2012 às 15:45
Os funcionários da Mytilineos Holdings SA, uma fábrica de fundição de alumínio percorrem as instalações em Agios Nikolaos, Viotia, no centro da Grécia, em fevereiro de 2012.

A fase de negociação final do acordo não estava ganha à partida, nem foi simples e reteve os ministros das Finanças da União Monetária até altas horas da noite. Os obstáculos que foi preciso ultrapassar eram numerosos e difíceis. Bem entendido que o preço a pagar por esta nova oportunidade que nos foi dada ontem será grande. Num certo sentido, a bola está agora do nosso lado.

Os objetivos não alcançados nos dois anos anteriores e aquilo que será preciso fazer para colmatar este atraso são tão importantes que, feitas as contas, o peso que nos pedem para levantar é ainda maior do que aquele que aceitámos ao adotar o plano de austeridade no parlamento, no dia 19 de fevereiro, domingo. [Foi aprovado um plano de poupança no valor de 3,3 mil milhões de euros para este ano, que prevê cortes no salário mínimo e limites às reformas.]

Não basta estancar a hemorragia

Desta vez, não temos uma margem de manobra maior nem o direito de errar. Esta é a principal preocupação dos nossos parceiros e dos nossos credores, que nos impõem um controlo mais apertado das reformas que somos obrigados a levar até ao fim. A forma como as negociações foram conduzidas mostra que vão ser mais severos caso haja uma falha da nossa parte.

Mesmo assim, os nossos parceiros vão ter de perceber que, se nos querem realmente ajudar, não basta estancar a hemorragia da dívida e do défice, mas refrear também a recessão. É óbvio que os cortes nas receitas não serão nunca a única solução para sair da crise.

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De facto, desta vez fomos convidados a portarmo-nos com mais seriedade e responsabilidade do que nos dois últimos anos. Mas também é preciso pôr a tónica no desenvolvimento. Se isso não acontecer, vão-nos pedir, não tarda nada, mais esforços de austeridade.

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