Um new deal para a Europa

Publicado em 18 Setembro 2009
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O aumentou da fome esgotou 90% do orçamento do Programa Alimentar Mundial (PAM). Bastaria 1% do dinheiro injectado na banca durante os últimos meses para resolver o problema. Deve a alta finança contribuir para solucionar o problema que gerou? Há quem pense que sim. Quinta-feira, o primeiro-ministro português, José Sócrates, propôs em Bruxelas o lançamento de novos impostos sobre a banca.

Estão claros os limites do modelo económico destes últimos 20 anos. Os sistemas de simulação matemática não conseguirem antever a crise dos mercados financeiros. A própria forma como medimos a realidade económica pode estar enviesada. Sarkozy pediu a uma comissão de ex-prémios Nobel da Economia de para substituir o PIB, por um indicador que tome em conta a realidade social.

Uma realidade que, em tempo de vacas magras, se degrada, gerando dramas humanos. 23 suicídios na France Telecom num ano não podem ser desligados das mudanças na gestão da empresa e na sua política de pessoal.

Já os colossos da indústria ficam à beira de um ataque de nervos quando se fala em controlar os bónus dos gestores. A multinacional Nestlé ameaçou, esta semana, tirar a sua sede da Suíça, se o Governo helvético fosse avante com a ideia de limitar os rendimentos dos administradores.

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Com 10% de desemprego para o ano na EU, a pressão sobre as leis laborais e os direitos dos trabalhadores vai intensificar-se. Se Obama tenta aplicar nos EUA um modelo de saúde semelhante ao europeu, não chegou a altura de a Europa reinventar o ‘new deal’ ?

R.C.

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