Inundações na Europa Central
Wehlen, na Saxónia (Alemanha), a 4 de junho.

“Uma verdadeira catástrofe para a região”

Provocadas pelas chuvas diluvianas dos últimos dias, as inundações na Europa Central causaram a morte a 11 pessoas e levaram à evacuação de várias dezenas de milhares. Neste dia 5 de junho ainda fazem as manchetes da maioria dos jornais da região.

Publicado em 5 Junho 2013 às 13:18
Wehlen, na Saxónia (Alemanha), a 4 de junho.

“As correntes do Norte” é a manchete do jornal económico checo Hospodářské noviny, ao quarto dia das inundações que assolam a Boémia. Enquanto a situação em Praga, onde o rio Vltava atingiu a altura máxima na terça-feira de manhã, parece estar estabilizada, o Elba ameaça Ústí nad Labem e o norte do país, refere este jornal, segundo o qual

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A chegada da segunda inundação do século em apenas onze anos é uma catástrofe para a região que padece de uma taxa de desemprego elevada, tem as indústrias ameaçadas, uma situação social tensa e as administrações locais estão endividadas.

A subida das águas do Danúbio provocou estragos na Áustria, sobretudo em Salzburgo, no Tirol e no Vorarlberg. Die Presse refere que “400.000 edifícios austríacos foram construídos em zonas de risco de inundações, deslizamento de terras ou avalanches, incluindo 150.000 em 'zona vermelha', onde o perigo é permanente”. O jornal acrescenta, por outro lado, que

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alguns dos estados federais querem estabelecer regras (de construção) mais restritas. Os terrenos próximos de rios devem permanecer intocáveis e os projetos de construção (já existentes) anulados. Mas tais reflexões são seguramente secundárias para as vítimas das inundações que estão mais preocupadas com os danos nas suas habitações. O auxílio chega do Estado Federal: independentemente da situação financeira, o dinheiro será colocado à disposição para auxílio imediato [...] todo o que for necessário, prometeu o chanceler Werner Faymann.

Do lado alemão, a chanceler Angela “Merkel disponibilizou 100 milhões para as vítimas das cheias”, titula o Tagesspiegel. Em Passau, na Baviera, as águas atingiram um nível recorde de mais de 12 metros – “a pior cheia dos últimos cinquenta anos”. O jornal realça a prudência de Angela Merkel durante as recentes visitas às zonas inundadas a três meses das eleições legislativas.

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Foi com manifesta discrição que Angela Merkel calçou as galochas e visitou a região [...]. Tinha provavelmente a noção de que cada um dos seus gestos poderia ser a gota de água [...] Merkel foi obrigada a prescindir de grandes alaridos para não ser mal interpretada.

“A água pode inundar o país”, é o título do Népszava de Budapeste. A Hungria, por seu turno, prepara-se para uma subida histórica do Danúbio. O nível das águas pode atingir os 8,75 metros, ou seja 15 centímetros mais do que os máximos registados em 2002 e 2006. O diário acrescenta que

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a meio do dia de terça-feira (4 de junho) o Primeiro-ministro Viktor Orbán declarou estado de emergência. As autoridades estão a levar o caso muito a sério e preparam-se para mobilizar todas as forças disponíveis do país (8000 soldados e 8000 socorristas) para as zonas ameaçadas pelas inundações.

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