Wilders mergulha o país no caos político

Publicado em 23 Abril 2012 às 12:14

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"Quem vai resolver isto?", pergunta o diário De Volkskrant. Em 21 de abril, o líder do Partido para a Liberdade (PVV), Geert Wilders, decidiu não apoiar as medidas de austeridade propostas pelo Governo para reduzir o défice orçamental para 2,8%, em 2013. O que pode causar a queda do executivo de Mark Rutte.

"Não aceito que os idosos tenham que pagar pelas exigências absurdas de Bruxelas", explicou Wilders, referindo-se aos cálculos do Gabinete Central de Planeamento, segundo os quais os cortes de 14,2 milhões de euros implicariam uma perda de poder de compra de 3% por parte dos idosos, um travão ao crescimento e um aumento do desemprego. As medidas afetam sobretudo os cuidados de saúde, as pensões de reforma, os salários dos funcionários públicos, o IVA, a ajuda aos países em desenvolvimento e a possibilidade de dedução dos juros dos empréstimos imobiliários.

Após sete semanas de negociações, "a bomba que Wilders colocou aos pés do Governo de Rutte mergulhou a Holanda num período de insegurança", considera aquele jornal. Sem o apoio do PVV, o Governo de coligação entre democratas cristãos e liberais não dispõe de maioria parlamentar. O primeiro-ministro, Mark Rutte, poderá pedir, esta segunda-feira, à Rainha Beatriz a dissolução da Segunda Câmara, para serem organizadas eleições antecipadas.

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"A nova linha de defesa do PVV – ‘Não queremos cortes orçamentais por ordem de Bruxelas’ – é insolente", escreve o diário Trouw, que recorda que, em 2010, Wilders assinou um acordo governamental que estipulava um défice máximo de 2,8%. O mesmo jornal aplaude o facto de o PVV se ter "desmascarado", mas não se congratula por isso: "Se a crise não fosse tão grave, a Holanda soltaria um suspiro de alívio."

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