Março deve ser o mês das decisões. Os dirigentes europeus têm já previstas três cimeiras. A primeira realiza-se esta sexta-feira em Bruxelas. Angela Merkel, Nicolas Sarkozy e os seus homólogos dos 17 Estados-membros da zona euro querem superar a crise. Vão falar do aumento dos fundos europeus destinados aos países fragilizados, bem como das regras orçamentais que os Estados deverão passar a aplicar. Sem esquecer o tema preferido de Angela Merkel: o pacto de competitividade.
Só um assunto não está nas agendas: a fragilidade dos bancos. Os responsáveis políticos europeus transmitem a impressão de que esta crise é há muito um problema do Estado, nomeadamente dos da periferia da zona euro, como a Grécia, Portugal e a Irlanda.
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Visto da Polónia
Revolta da esquerda e da direita contra o pacto de competitividade
“A revolta europeia contra a Alemanha”, anuncia o Dziennik Gazeta Prawna, referindo-se à controvérsia gerada pelo pacto de competitividade de inspiração franco-alemã tanto entre os conservadores como dos socialistas europeus. “Cinco dias antes de uma reunião fulcral de dirigentes da zona euro, o duo Merkel-Sarkozy está com problemas em conseguir apoios suficientes para o fazer passar”, anota o diário de Varsóvia. O Partido Popular Europeu de centro-direita, cujos líderes estiveram reunidos em Helsínquia no dia 4 de março, e o Partido dos Socialistas Europeus (cujos líderes se reuniram no mesmo dia em Atenas) põem-lhe objeções sérias. Os primeiros emitiram uma nota de imprensa dizendo que não permitiriam uma “germanização” das economias dos Estados-membros; os segundos ameaçaram levantar um bloqueio em Bruxelas durante a cimeira de 11 de março. Em vez das medidas de austeridade do pacto de competitividade, o primeiro-ministro grego Georgios Papandreu, falando em nome de nove líderes de partidos de esquerda da UE, propôs a introdução de um imposto de 0,05% nas transações financeiras e crescimento da dívida pública para 10,9%, durante os próximos cinco anos, criando assim oito milhões de postos de trabalho. Perante oposição tão feroz, “parece inevitável a diluição de pelo menos algumas das medidas previstas no pacto”, conclui o Dziennik Gazeta Prawna.