Gregos aliviados, mas cautelosos

O novo plano de resgate anunciado em 21 de julho após a cimeira extraordinária da Zona Euro elimina o risco de falência grego. Mas a imprensa ateniense está dividida em relação às suas implicações.

Publicado em 22 Julho 2011 às 11:00

A crucial cimeira da Zona Euro terminou com "um acordo europeu sobre a Grécia e a Europa", congratula-se o Kathimerini. "A Europa estava encostada à parede, tinha de enviar uma forte mensagem de solidariedade e isso foi feito", escreve o diário de centro-direita, acrescentando que "o Presidente francês colocou a pressão necessária para erguer uma barreira europeia contra os ataques dos mercados."

O Ta Nea puxa para título "Um Plano Marshall para a Grécia". O anunciado auxílio de 158 mil milhões de euros vai "dar novo oxigénio ao país e ao Governo", considera o jornal, que adverte, contudo, para que "isso não significa que não devamos continuar a realizar reformas para reduzir custos e atingir a solvência. Isto implica que o segundo plano de rigor será reforçado com uma obrigação de resultados: privatizações", que a Europa espera que rendam 50 mil milhões.

"Este acordo é uma lufada de oxigénio", acrescenta o To Ethnos, mas "vai resolver completamente os problemas da dívida grega? Afinal, os prazos foram dilatados e o perigo de contágio não desapareceu."

Uma posição cautelosa que o Eleftherotypia expressa de forma bastante mais clara: "Mais 30 anos de sangramento do povo". "Um acordo sim, mas para quem?", interroga o diário de esquerda. "A verdadeira questão é: a que custo para pessoas já exauridas pela austeridade? O Governo vai ter que prestar provas aos europeus, em cima das costas dos gregos já abafados pelo rigor."

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"O país está agora mergulhado num túnel de empréstimos de 30 anos", acrescenta o diário, para quem "o futuro é incerto quanto à saída da Grécia da tutela económica internacional, especialmente porque a dívida grega vai agora ser qualificada como seletiva pelas agências de notação". E o jornal pergunta: "Pode falar-se realmente de um plano de salvação?"

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