Novo escândalo no Serviço Nacional de Saúde

Publicado em 7 Fevereiro 2013 às 16:12

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“Pacientes de todo o país em perigo por causa de falhas endémicas que provocam um dos piores escândalos na história do SNS” escreve o jornal The Times na primeira página, a propósito da publicação de um relatório sobre o tratamento de doentes no hospital público Stafford, onde morreram mais de 1200 pessoas entre 2005 e 2008 em consequência de deficientes cuidados prestados pelo pessoal médico. O inquérito pormenoriza casos em que os doentes tinham tanta sede que bebiam água das retretes e situações em que era deixada às rececionistas e não às enfermeiras a decisão sobre quem precisava de tratamento prioritário. Assim que o relatório foi conhecido, foram abertas investigações de emergência em cinco outros hospitais onde as taxas de mortalidade são invulgarmente elevadas.

Phil Hammond, médico e presença habitual na rádio e na televisão, escreveu no jornal The Times que é altura de acabar com o “conluio do anonimato” com que as equipas médicas enjeitam responsabilidades por erros médicos e de exigir que quem dirige assuma a culpa. Critica, igualmente, o autor do relatório, o advogado Robert Francis, por não atribuir as culpas aos responsáveis diretos.

Em 2006, quando o SNS chegou a meio do ano com um défice de 600 milhões de libras, o seu diretor executivo, Nigel Crisp, demitiu-se. No entanto, quando 1200 pessoas morrem desnecessariamente num único hospital, nenhum dos administradores pede a demissão. Em 2005, Sir David Nicholson, diretor executivo do SNS, era o responsável pela Autoridade estratégica de saúde [da região] de West Midlands, a instituição encarregue da supervisão do hospital de Stafford. Deve demitir-se.

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