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O terror dos gangues de Limerick

Na região oeste da Irlanda, as regras de jogo entre os narcotraficantes fazem reinar um clima de medo. Para combater a situação, o governo adoptou uma lei de emergência. Advogados e magistrados dizem que a mesma é um atentado ao Estado de Direito.

Publicado em 5 Agosto 2009 às 16:35
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Na guerra travada entre os gangues de narcotraficantes de Limerick, por questões de território, não é tanto o número de vítimas — 14 até à data —, mas a crueldade desumana com que os crimes são cometidos, que alarma a cidade e o país inteiro.

Em Novembro de 2008, Shane Geoghegan, jogador de rugby, foi assassinado à porta de sua casa. Uma das quinze balas disparadas pelo assassino atingiu-o mortalmente na cabeça. Mas no dia seguinte, chegou-se à conclusão de que foi vítima de um engano. O assassino, que, segundo a polícia, pertencia ao gang McCarthy/Dundon, queria ver-se livre de um elemento do gang rival – os Collopy –, que, em 2006, tinha escapado a uma emboscada. O carro ficou cravejado de vinte balas de pistola-metralhadora.

[…] **Este artigo foi retirado a pedido do proprietário dos direitos de autor.**

REACÇÃO

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133 advogados em defesa do Estado de Direito

A lei de emergência que simplifica os procedimentos de interrogatório e alarga os poderes do Tribunal Criminal Especial para luta contra o crime organizado foi adoptada pelo Parlamento irlandês em 10 de Julho passado, por 118 votos contra 23. Dois dias antes, 133 advogados tinham manifestado abertamente a sua oposição ao texto. Numa carta publicada no Irish Times, asseguravam que a "Irlanda vai ser humilhada" junto das Nações Unidas e do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos. " É desastroso que a nossa sociedade se descarte assim de direitos e regulamentos antigos, sem ter em conta os efeitos desta legislação de emergência sobre o respeito da lei do país", explicam. O ministro da Justiça, Dermot Ahern, respondeu-lhes, alguns dias depois, numa coluna publicadano mesmo diário: "A lei respeita os direitos humanos e é bom recordar que um desses direitos fundamentais é o direito à vida".

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