Apesar de tudo… vote!

Publicado em 5 Junho 2009 às 20:47

A acreditarmos nas sondagens de opinião levadas a cabo na Europa, o grande vencedor das eleições europeias pode bem ser a abstenção. Desde o primeiro escrutínio, em 1979, a taxa de participação não parou de descer e, desta vez, promete bater recordes negativos – excepto na Bélgica, Grécia, Malta e Luxemburgo, onde o voto é obrigatório.

Se os europeus parecem não se interessar grandemente pelos seus representantes em Bruxelas e Estrasburgo, é porque os seus responsáveis políticos nacionais centraram a campanha sobre perguntas internas, como a segurança, a imigração e a fiscalidade, entre outras. Matérias sobre as quais o Parlamento Europeu tem uma influência muito limitada, como recordava recentemente o antigo diplomata italiano Boris Biancheri, nas colunas do La Stampa. E acrescentava, os governos não fazem nenhum esforço para explicar como as decisões tomadas pelo Parlamento influenciam a vida diária dos europeus. Além disso, para numerosos dirigentes políticos as votações de 4 e 7 de Junho são apenas um barómetro que permite medir a sua popularidade – com a ajuda do sistema proporcional – e alterar eventualmente os delicados equilíbrios que governam a política nacional.

Os fracos CV ou o carácter folclórico de certos candidatos recrutados por numerosos partidos – denunciados, por exemplo, pelo diário romeno Cotidianul – testemunham enfim, se necessário fosse, a imagem que estes têm (e transmitem) do papel do Parlamento. Apesar de tudo, as eleições europeias são a única ocasião que os cidadãos da União têm para participar directamente na vida dela. Seria uma pena desperdiçá-la.

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