Privilégios

Publicado em 4 Setembro 2009 às 12:12

Se há uma ideia europeia que se tornou realidade e que diz respeito à vida de todos os cidadãos da União Europeia, foi a da mobilidade. A construção europeia traduz-se sobretudo na possibilidade de todos os cidadãos se deslocarem, viajarem, trabalharem e viverem juntos, em plena liberdade e sem barreiras. Sem isso, que aconteceria ao turismo tal como o conhecemos hoje e aosvoos de baixo custo? E à perspectiva, de tantos europeus de Leste, poderem ir trabalhar noutros países, vinte anos apenas após a queda dos regimes comunistas? Ou às bolsas doErasmus, que permitem aos jovens estudantes viverem novas experiências nos países da UE? Nada disto existiria, se a União Europeia não o tivesse tornado possível.

No entanto, não podemos esquecer que, fora das nossas fronteiras, existe uma realidade diferente, que leva as pessoas a lutar por aceder ao sonho europeu e a todas as vantagens que este inclui, em especial o enorme privilégio que a liberdade de circulação constitui. Neste Verão de 2009, como em tantos outros Verões anteriores, voltámos a ver atracar nas nossas costas embarcações improvisadas carregadas de migrantes, que fugiam à guerra e à miséria. A imigração também é uma realidade tangível do quotidiano dos europeus. Apesar disso, até agora, a resposta da União Europeia tem sido tímida e fragmentada. Contudo, deveria impor-se umavisão comum, marcada pela solidariedade para com os países – Espanha, Itália, Malta, Grécia – que enfrentam esse afluxo de imigrantes vindos da margem sul do Mediterrâneo. A Presidência sueca está empenhada nisso. Ficamos à espera. S.C.

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